quinta-feira, 19 de setembro de 2013

ENTENDA UM POUCO MAIS SOBRE ROTAVÍRUS E SUAS VACINAS

ROTAVIRUS

O Rotavírus é considerado o mais importante agente causador de diarréia grave e óbitos em crianças menores de cinco anos em todo o mundo, com casos mais graves em crianças de até dois anos de idade. Em adultos é mais rara, com relatados de surtos em espaços fechados, como escolas, ambientes de trabalho e hospitais.
O Rotavirus é transmitido por água ou alimentos, por contato pessoa a pessoa, objetos contaminados e, provavelmente, também por secreções respiratórias.
O período de incubação do Rotavirus varia entre 24 a 48 horas, entre o contato com o vírus e o aparecimento dos sintomas. A infecção por Rotavírus pode variar de um quadro leve com diarréia líquida e duração limitada a um quadro grave com desidratação, febre, vômitos e cólicas. O tempo de duração dos sintomas geralmente é de uma semana.
A desidratação é o sintoma mais grave das infecções intestinais provocadas pelo Rotavírus, além de reduzir as reservas de água do corpo, reduz também os níveis de minerais importantes, como sódio e potássio. Para controlar a doença é recomendado ingerir bastante líquido.
Apesar da difícil prevenção, é muito importante observar as condições adequadas de higiene, ressaltando a importância de lavar as mãos, principalmente depois de ir ao banheiro e antes das refeições. Outro aspecto importante é a amamentação dos bebês até os seis meses, para fornecer suas defesas não só contra o Rotavírus, mas também contra outras doenças.

http://www.vacinar.com.br/userfiles/image/CONTEUDO_VACINAR/artigos/bebe-tomando-vacina-vacinar-sp.JPG  
Atualmente uma das formas mais eficazes de prevenção contra gastrenterite por Rotavírus é a vacina. 

Existe duas vacinas orais contra o Rotavírus:

- Vacina de vírus vivos atenuados monovalente, do sorotipo G1[P8]. Deve ser administrada por via oral em duas doses com intervalo de dois meses. A primeira entre 6 e 14 semanas de vida e a segunda entre 14 e 24 semanas, com intervalo mínimo de quatro semanas entre elas. (disponível tanto na rede pública quanto na privada)
- Vacina de vírus vivos atenuados pentavalente, composta por quatro vírus humanos (G1, G2, G3, G4 e P1A - genótipo P[8]). Também é administrada por via oral, mas em três doses com intervalos de dois meses. A primeira deve ser realizada entre 6 e 12 semanas de idade e a terceira não deve ultrapassar a 32ª semana (disponível apenas na rede privada).
Deve-se postergar a vacinação se a criança apresentar alguma doença grave, vômitos ou diarreia.
Em caso de vômitos ou regurgitação após a vacinação, não é recomendado repetir a dose da vacina. Como eventos adversos podem ocorrer, sem muita frequência, irritabilidade, febre, perda de apetite, diarreia e vômitos.
Está contra - indicada para crianças com relato de reação anafilática prévia a qualquer componente da vacina, ou para crianças com histórico de doença gastrintestinal crônica, inclusive malformação congênita do trato gastrintestinal e portadores de imunodepressão (exceto HIV). Ao contrário da vacina Sabin, crianças em contato com imunodeprimidos e crianças portadoras do vírus HIV devem ser vacinadas.
 A vacina contra o Rotavírus pode ser aplicada concomitantemente com qualquer outra vacina sem interferência na eficácia ou aumento de eventos adversos.  As vacinas de vírus vivos de uso oral (Rotavírus e Sabin), podem ser administradas no mesmo dia ou com intervalo de 15 dias. O leite materno não interfere na resposta de ambas vacinas.



quinta-feira, 12 de setembro de 2013

ROTAVÍRUS PENTAVALENTE

 A vacina de Rotavírus Pentavalente oferece proteção contra os genótipos G1, G2, G3, G4 e P1A[8], que representam mais de 88% dos casos da doença por rotavírus em todo o mundo relatados entre 1973 e 2003. Indicada para bebês com seis a 32 semanas de vida, a vacina deve ser administrada oralmente, em três doses líquidas – a primeira entre 6 e 12 semanas de idade (entre o 2º e o 4º mês de vida da criança) e as doses subseqüentes com um intervalo de, pelo menos, quatro semanas.
Antes de disponibilizar a vacina ao mercado, a empresa MSD realizou vários testes e pesquisas. O Estudo de Eficácia e Segurança para Rotavírus – REST (Rotavirus Efficacy and Safety Trial) foi um dos principais. Com cerca de 70.000 pacientes, o REST demonstrou que a vacina pentavalente da MSD preveniu 98% dos casos graves de gastroenterite por rotavírus, causadas pelos tipos G1, G2, G3 e G4, enquanto o número de hospitalizações e consultas de emergência foi reduzido em 94,5%. “A vantagem dessa vacina está justamente na capacidade de prevenir a infecção por rotavírus de forma mais ampla. Esse é um importante benefício para a saúde, uma vez que ainda temos elevados índices de mortalidade por rotavírus”. A vacina disponível atualmente na rede pública contém apenas um sorotipo de Rotavírus (Instituto de Ciências Biomédicas da USP, dra. Maria Lúcia Rácz).
A vacina pentavalente contra rotavírus da MSD, que já foi aprovada em 70 outros países, inclusive nos Estados Unidos e em toda a União Européia, teve dez milhões de doses distribuídas em 2007.
Todos os bebês devem receber a vacina de Rotavírus, seja monovalente ou pentavalente. Na impossibilidade de encontrar a vacina disponível no período correto de administração da dose, é preferível administrar a mono ou a penta, à deixar o bebê sem proteção. Mas uma vez que isto aconteça, o bebê deve receber, pelo menos, duas doses da pentavalente e uma da monovalente para adquirir uma proteção desejada. A intercambialidade das duas vacinas somente deve ser realizada na impossibilidade da vacinação de uma delas.

Sobre a gastroenterite e o rotavírus
O rotavírus é a principal causa de gastroenterite aguda grave em bebês e crianças pequenas. A Organização Mundial da Saúde estima que a doença seja responsável por 20% a 70% das hospitalizações e por 20% de todas as mortes por diarreia em crianças com menos de cinco anos de idade em todo o mundo. O vírus causa mais de dois milhões de internações e quase 600 mil mortes de crianças menores de cinco anos – aproximadamente uma criança por minuto – a cada ano. Oitenta por cento das mortes relacionadas com o rotavírus ocorrem em países em desenvolvimento.
No Brasil, dados do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo mostram que dos casos de diarreia notificados, 20% são surtos causados por rotavírus, ocorrendo principalmente em creches ou em hospitais. Ainda de acordo com o CVE, a diarreia por rotavírus está entre as primeiras causas de morbidade nos municípios da região Nordeste e as doenças diarreicas ainda estão entre as principais causas de mortalidade infantil no país.
Em geral, a gastroenterite por rotavírus apresenta-se com vômitos e diarreia. Para determinar a causa, o médico deve investigar a duração e tipo dos sintomas, a freqüência dos episódios de vômitos ou diarreia e a idade da criança e solicitar um exame específico para rotavírus.
Segundo a doutora Rácz, a principal forma de infecção pelo rotavírus é a transmissão fecal-oral pessoa a pessoa. “A estabilidade do rotavírus no ambiente pode contribuir para a eficiência da transmissão. Mais raramente o vírus pode ser transmitido pela ingestão de água ou de alimentos contaminados e por meio do contato com superfícies contaminadas”, salienta.