terça-feira, 9 de dezembro de 2014

VACINA CONTRA O HERPES ZÓSTER TAMBÉM PODE EVITAR O AVC

Benefício do medicamento foi constatado em pesquisa envolvendo 12 mil pacientes

por BEATRIZ SALOMÃO


Rio - Cientistas descobriram mais um motivo para tomar a vacina contra o herpes zóster. Além de evitar a doença e as fortes dores inerentes ao mal, o imunizante pode reduzir as chances de o paciente ter um acidente vascular cerebral (AVC). Uma outra boa notícia relativa a imunização é que a vacina contra a meningite B chegará ao Brasil no ano que vem.


O risco de AVC aumenta após o surgimento do herpes zóster. A relação entre os dois problemas foi encontrada num estudo da London School of Hygiene e Tropical Medicine, com quase 12 mil pessoas. Os principais afetados pelo AVC foram os pacientes que apresentaram os sinais de zóster próximo aos olhos e nos nervos trigêmeos, também localizados na face, e não receberam tratamento específico. O herpes zóster também pode se manifestar na costela.


O AVC pode ser provocado pelo deslocamento do vírus nas terminações nervosas ou devido a alguma inflamação decorrente da doença. Nesse caso, ocorrem alterações nos vasos sanguíneos e o risco de surgimento de trombos.


“A relação do AVC com a manifestação do herpes facial ou oftalmológico pode ser a proximidade com o cérebro”, explica Rosana Richtmanm, membro da Comissão Técnica para Revisão dos Calendários Vacinais e Consensos da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). “Hoje sabemos que pessoas vacinadas contra gripe e pneumonia têm menos risco de infarto do miocárdio”, acrescenta.


Ainda segundo a pesquisa, o risco do AVC é elevado, principalmente nos seis meses após a manifestação do herpes. Nos três primeiros, a incidência é cinco vezes maior.


O QUE É O HERPES ZÓSTER


A vacina contra herpes zóster é oferecida na rede privada com indicação para pessoas a partir dos 50 anos que já tiveram varicela (catapora) ou contato com a doença em algum momento da vida. A doença consiste na reativação do vírus da varicela e afeta em especial idosos. Uma das consequências são as fortíssimas dores, que podem durar até um ano. O tratamento é feito com antivirais e a resposta do paciente é melhor quando o diagnóstico é precoce.


O tema foi debatido na 16ª Jornada Nacional de Imunizações SBIm, no Rio de Janeiro.


Fonte: Jornal O Dia, Mundo e Ciência

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